02 - Lindeza (Caetano Veloso)
03 - Quando o galo cantou (Caetano Veloso)
05 - Parabéns (Caetano Veloso/Mauro Lima)
06 - Homem (Caetano Veloso)
07 - Um comunista (Caetano Veloso)
08 - Triste Bahia (poema de Gregório de Mattos/Caetano Veloso)
09 - Estou triste (Caetano Veloso)
10 - Odeio (Caetano Veloso)
11 - Escapulário (poema de Oswald de Andrade/Caetano Veloso)
12 - Funk Melódico (Caetano Veloso)
13 -Alguém Cantando (Caetano Veloso)
14 - Quero ser justo (Caetano Veloso)
15 - Eclipse oculto (Caetano Veloso)
16 - Mãe (Caetano Veloso)
17 - De noite na cama (Caetano Veloso)
18 - O império da lei (Caetano Veloso)
19 - Reconvexo (Caetano Veloso)
20 - Você não entende nada (Caetano Veloso)
21 - Gayana (Rogério Duarte)
22 - Vinco (Caetano Veloso)
23 - A luz de Tieta (Caetano Veloso)
24 - Outro (Caetano Veloso)
25 - Um índio (Caetano Veloso)

direção de Moreno Veloso (áudio)
Paula Lavigne e Fernando Young (vídeo)
Natasha Produções em parceria com a Multishow
Universal Music 2014
Comentários:
A luz, planejada por Hélio e Gabriel Farinon, seguiu as sugestões visuais dos pretos e dos quadros e as sugestões sonoras e poéticas das canções. A combinação de tudo isso foi captada com cuidado e energia por Paulinha Lavigne e Fernando Young. Para celebrar o fato de termos conseguido registrar tão bem o show (que, apesar de minha ignorância do sentido central do CD "Abraçaço", sempre nos deu alegria e comoção), vamos fazer apresentações especiais. De certa forma, o lançamento do DVD e do CD ao vivo também celebra as premiações do Grammy Latino obtidas pelo CD feito em estúdio. O fato de a inventiva e elegante capa criada por Quinta-Feira e Fernando Young ter recebido prêmio de melhor projeto gráfico (além de o refinamento sonoro com que a bandaCê, Daniel e Moreno enriqueceram meu enigmático trabalho de composição) me encheu de alegria, tanto que a parceria com a dupla é repetida na capa deste novo trabalho.
Com o passar do tempo e com as revelações feitas por esses companheiros todos (e pelas plateias), canções como "Quando o galo cantou", "Quero ser justo" e "Estou triste" passaram a me parecer amáveis. Tenho muito orgulho de conseguir atenção e respeito por "Um comunista", música que dura 10 minutos e tem na letra certas dicções meio didáticas algo irregulares. Acho que muita gente pode gostar de ver e ouvir o que foi gravado num Vivo Rio lotado e participante. Sinto algum prazer em ter esse objeto para exibir.
Paula Lavigne e Fernando Young (vídeo)
Natasha Produções em parceria com a Multishow
Universal Music 2014
Comentários:
"Abraçaço" foi um disco que me surpreendeu e intrigou. Recebo com alegria as reações positivas que ele provoca mas sigo pensando que não o conheço direito. Ou não o entendo. Quando fizemos o show de lançamento, no Circo Voador, a intimidade da plateia com as novas canções me comoveu. Eu próprio não sabia quase nada de seus possíveis encantos. Mas há coisas claras. A naturalidade com que Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado tratam as canções é perceptível mesmo para mim.
A bandaCê. Nossa colaboração foi miraculosamente direta desde o "Cê". Mas, com o tempo, tudo o que era entendido e realizado passou a ser produzido de modo tão orgânico que o que se capta é só a beleza, nunca as intenções. Sempre gostei de "A bossa nova é foda", mas aprendi a gostar de "Quero ser justo" e de "Quando o galo cantou" - e de "Um abraçaço"! - depois que os três caras as traduziram para mim. Suponho que eles gostavam mais de todas essas do que eu. Mais importante: Moreno gostava mais de tudo o que estávamos fazendo do que eu conseguiria. É a certeza dele que, tendo feito do disco algo auto-afirmado, responde pela limpidez do som que se pode ouvir nas gravações ao vivo que estão no DVD e no CD que saem agora.
Perto de Vavá Furquim na análise da acústica do Vivo Rio (onde fizemos as apresentações que foram gravadas) e de Daniel Carvalho nas mesas de captação, mixagem e masterização dos sons, Moreno fez do "Multishow Ao Vivo - Caetano Veloso - Abraçaço" um trabalho relevante. Mágica foi a chegada de Hélio Eichbauer. Eu o tinha convidado para fazer a capa de um caderninho em que eu leria a letra de "Alexandre". Ele veio ao ensaio e, aceitando que tivéssemos apenas um fundo preto (mas dizendo que há pretos e pretos), fez a capa do caderno (que afinal saiu de cena, já que deixei de cantar "Alexandre", canção que adoro, pois não gosto de cantar lendo) e um pano de fundo composto de diferentes texturas e graus de transparência, chegando à lembrança de que o "Quadrado negro" de Malevich completava 100 anos em 2013 - e pediu a Igor Perseke para fazer reproduções, não só do "Quadrado negro", mas também dos outros três quadros mais radicais do pintor russo, pontilhando o palco com quatro cavaletes.


Caetano Veloso
Janeiro de 2014
Opinião da casa:
O último disco/show da trilogia "Cê-Zii e Zie-Abraçaço" com a Banda Cê é o que mais acerta em termos de soar como banda. O repertório continua com a mesma costura impecável entre canções do disco novo e antigos clássicos. Seja trazendo "Transa" de volta para as novas gerações com "Triste Bahia" ou reescrevendo o clássico "Reconvexo" como homenagem a dona Canô (mãe de Caetano, falecida em 2012) ou "Alguém cantando" para Nicinha (lembrando a irmã que interpretou a canção no disco "Bicho", de 1977 e faleceu em 2011) Caetano transforma o show em um relato pessoal, agregando ao disco citações mais fortes e cores mais densas.
Nota: no roteiro original do show "Alexandre" do disco Livro (1997) ocupava o lugar de "De noite na cama", porém Caetano mudou as canções, pois não gostava de ler a letra que não conseguia decorar.
O último disco/show da trilogia "Cê-Zii e Zie-Abraçaço" com a Banda Cê é o que mais acerta em termos de soar como banda. O repertório continua com a mesma costura impecável entre canções do disco novo e antigos clássicos. Seja trazendo "Transa" de volta para as novas gerações com "Triste Bahia" ou reescrevendo o clássico "Reconvexo" como homenagem a dona Canô (mãe de Caetano, falecida em 2012) ou "Alguém cantando" para Nicinha (lembrando a irmã que interpretou a canção no disco "Bicho", de 1977 e faleceu em 2011) Caetano transforma o show em um relato pessoal, agregando ao disco citações mais fortes e cores mais densas.
Nota: no roteiro original do show "Alexandre" do disco Livro (1997) ocupava o lugar de "De noite na cama", porém Caetano mudou as canções, pois não gostava de ler a letra que não conseguia decorar.