1998 - Prenda Minha Ao Vivo


CD
1. Jorge da Capadócia
(Jorge Ben Jor)

2. Prenda Minha
(Domínio público)

3. Meditação
(Antonio Carlos Jobim, Newton Mendonça)

4. Terra
(Caetano Veloso)

5. Eclipse oculto
(Caetano Veloso)

6. Texto de "Verdade Tropical"
(Caetano Veloso)

7. Bem devagar
(Gilberto Gil)

8. Drão
(Gilberto Gil)

9. Saudosismo
(Caetano Veloso)

10. Carolina
(Chico Buarque)

11. Sozinho
(Peninha)

12. Esse cara
(Caetano Veloso)

13. Mel
(Caetano Veloso, Waly Salomão, Willie Cólon)

14. Linha do Equador
(Caetano Veloso, Djavan)

15. Odara
(Caetano Veloso)

16. A luz de Tieta
(Caetano Veloso)

17. Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu
(David Correa, Paulinho Carvalho, Carlos Sena, Bira do Ponto)

18. Vida boa
(Armandinho, Fausto Nilo)



DVD
1 - Minha Voz, Minha Vida
(Caetano Veloso)

2 - Jorge De Capadócia
(Jorge Ben Jor)

3 - Prenda Minha
(D.P)

4 - Meditação
(Antonio Carlos Jobim, Newton Mendonça)

5 - Terra
(Caetano Veloso)

6 - Eclipse Oculto
(Caetano Veloso)

07 - Texto Verdade Tropical
(Caetano Veloso)

08 - Drão
(Gilberto Gil)

09 - Saudosismo
(Caetano Veloso)

10 - Carolina
(Chico Buarque)

11 - Sozinho
(Peninha)

12 - Esse cara
(Caetano Veloso)

13 - Mel
(Caetano Veloso)

14 - How Beautiful Could a Being Be
(Moreno Veloso)

15 - Linha do Equador
(Caetano Veloso, Djavan)

16 - Texto de Verdade Tropical/ Doideca
(Caetano Veloso)

17 - Odara
(Caetano Veloso)

18 - Não Enche
(Caetano Veloso)

19 - A Luz de Tieta
(Caetano Veloso)

20 - Os passistas
(Caetano Veloso)

21 - Atrás da Verde Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu
(David Correa, Paulinho Carvalho, Carlos Sena, Bira do Ponto)



Comentários: 

O que é esse show?
CV: Nasceu do que me interessou quando fiz o disco “Livro”. Tem muitas canções do disco, com o tipo de arranjo mais ou menos adaptado pra formação que a gente tem aqui. Praticamente a mesma percussão e os arranjos, que lá tinham uma orquestra grande, foram reduzidos pra três metais e um cello, mas são aqueles arranjos. A percussão é basicamente a mesma.
É embrião de uma coisa que fiquei interessado em fazer. Foi se aprofundando desde que eu estava fazendo a excursão do “Fina estampa” pela Europa: unir o gosto das orquestrações da fase do ‘cool’ do jazz com a rítmica das ruas da Bahia de hoje.
Eu adoro axé music, essa música de carnaval da Bahia. Acho das coisas mais interessantes que aconteceram no Brasil. A música de carnaval do Rio de Janeiro, as grandes marchinhas de carnaval desapareceram. Há os sambas-enredo das escolas, um ou outro se destaca fora do desfile, mas é uma coisa específica daquele espetáculo. E a Bahia, justamente a partir dos anos 60, começou.
Eu me sinto muito presente nesse acontecimento do qual me orgulho enormemente. Porque foi a canção “Atrás do trio elétrico” (1969) que deu coragem, força e animação para que isso se desenvolvesse e depois outras coisas com as quais eu estive direta ou indiretamente ligado. Fico lembrando que aquelas músicas – “A-la-la-Ô”, “Se a canoa não virar” e “Jardineira” -, todas as músicas de carnaval do Rio de Janeiro, as marchinhas e os sambas, que eram uma coisa maravilhosa, tem hoje na Bahia um renascimento com outras características.

E o jazz?
CV: Quando voltei de Santo Amaro para Salvador em 1960, eu tinha tomado contato em 59 com a bossa nova por meio de João Gilberto, o que foi para mim uma revelação, uma iluminação.
Por causa da convivência com gente de teatro, da boemia e da intelectualidade, tomei contato com o jazz moderno daquela época.
Caíram na minha preferência sobretudo Miles Davis, Thelonius Monk e Chet Baker. Sendo que Miles Davis e Chet Baker estavam fazendo o que se chamou de cool jazz. Os discos de Miles Davis com Bill Evans, com aquelas orquestrações, eram uma coisa maravilhosa para mim.
Excursionando no ano passado de ônibus pela Europa com o show “Fina estampa”, nós ouvíamos o tempo todo a coleção do Miles Davis como Bill Evans, que havia sido lançada em CD.
Eu tinha saudade da percussão. Estava já há muito tempo fazendo aquilo. Com saudade da Didá, da percussão de rua da Bahia. Ao mesmo tempo, eu ouvia as músicas de que eu gostava em 1960. Aí disse assim, vou fazer um novo disco, como Dom Casmurro, vou juntar as duas pontas.
Ilustrada - Folha de São Paulo, 15 de Abril de 1998 

"Na verdade, a experiência com Fina Estampa me agradou muito e sempre gosto dos registros ao vivo que sucedem discos de estúdio de meus colegas, em geral e em particular do disco de Gilberto Gil 'Quanta gente veio ver' que é bacanérrimo. Só que no caso de Prenda minha, fiz uma coisa totalmente diferente, já que gravei justamente o repertório do show que não pertencia ao disco de estúdio."

Caetano abre o tabuleiro com a frase "Domínio público, Jorge Ben, Fernanda Abreu, Racionais MCs, Marinheiro só, Miles Davis", para em seguida puxar "Jorge da Capadócia" do swing man Benjor.
 
Na fala do artista, os nomes que gravaram a música e uma redenção: "foi pra comentar e ao mesmo tempo perdoar o fato de Miles Davis ter gravado 'Prenda minha' no início dos anos 60 com Gil Evans e tê-la registrado como sendo de sua autoria. É como se eu tivesse tentando dar a bela versão de Davis/Evans de volta aos gaúchos. E é por isso também que escolhi Prenda minha como título desse trabalho."
"Meditação", de Tom Jobim, precede "Terra", tão implorada em todos os palcos onde Caetano se apresenta. A platéia explode em aplausos e perde o fôlego com "Eclipse Oculto". Pausa para respirar. Um outro texto, já escrito em Verdade Tropical, mas sempre renovado a cada citação pela força da homenagem a Gilberto Gil e Dona Canô, é a senha para "Bem devagar" e "Drão", do próprio Gil. Notas mais antigas, mas nem por isso amareladas, revelam "Saudosismo" e lembram Chico Buarque em "Carolina". Da voz de Caetano, surge "Sozinho", de Peninha, já gravada por Sandra de Sá e Tim Maia. "Esse cara" e "Mel" nos lembram outras fases dessa trajatória, nunca gravadas pelo autor. "Linha do Equador", em parceria com Djavan, "Odara" e "A luz de Tieta" retomam o clima eufórico e encaminham o álbum para "Atrás da Verde-e-Rosa só não vai quem já morreu", manifesto mangueirense de amor aos baianos que mudaram o rumo da MPB.

"Vida Boa" é a última faixa. Composição de Fausto Nilo e Armandinho, que encerra o disco numa espécie de sinopse de todo esse enredo: "você que faz minha vida variar, tá na luz que passa pelo ar, passa também pelo meu, seu... 'cantar'.
Sandra Almeida - Release do Disco "Prenda Minha" - novembro/1998

Opinião da casa:

O melhor disco ao vivo de Caetano e o mais vendido da carreira, por um motivo curioso: a regravação de "Sozinho" em voz e violão. 
Me parece que a escolha das faixas e a sequência do show, traz para o palco os capítulos principais do livro "Verdade Tropical", autobiografia de Caetano, lançada em 1997.
Assim como no livro, há capítulos sobre Gil e Bethânia, comentários sobre Dona Canô, Gal, Dedé, Chico Buarque e bossa nova. Terminando com uma atualização dos acontecimentos mais recentes, o desfile da Mangueira em homenagem aos Doces Bárbaros e o sucesso do tema do filme "Tieta".

Novamente Caetano atualiza suas canções mais antigas. "Terra" e "Eclipse oculto" estão aqui em belas versões. "Mel" e "Esse cara", as duas feitas para Bethânia, ganham versões excepcionais do autor.
A versão em castelhano de "Mel/Miel" foi apresentada no programa "Chico e Caetano" com o autor da versão, Willie Collon.  

7 comentários:

Anônimo disse...

Pena que não conste a gravação ao vivo da canção Livros...
Tropeçavas nos astros desastrada...

ADEMAR AMANCIO disse...

Todos os discos de Caetano,pela qualidade,deveriam ter vendido tanto quanto esse.

Anônimo disse...

Amigo, muito bom o seu blog!!!

Mas estes dois links e oi do disco Livro foram detonados

Francisco disse...

Pedro, vi esses dias, no canal de Caetano no YouTube, o vídeo de "Doideca" no show Prenda Minha. Essa faixa não entrou nem nas faixas do show completo?

Anônimo disse...

is there any link for download this?

Pedro Progresso disse...

Francisco, está no repertório junto a um fragmento do livro "Verdade Tropical"

c.mattos disse...

tem link para baixar?